segunda-feira, 15 de novembro de 2010

GAIA: CURA PARA UM PLANETA DOENTE

Neste livro, James Lovelock, cientista inventivo, não-ortodoxo, engenhoso e um Darwin dos tempos modernos, apresenta de forma acessível e plenamente ilustrada a sua teoria segundo a qual a Terra é viva e pode ser considerada como um gigantesco superorganismo vivo. Ele chama de “Gaia” a sua teoria, e no processo de descrevê-la, Gaia: Cura para um Planeta Doente também apresenta um check-up da saúde de meia-idade do planeta. Como qualquer outra forma de vida madura, Gaia sofreu vários golpes, alguns deles sérios, ao longo do caminho. Até agora, a recuperação sempre foi completa, mas hoje Gaia está doente; ao que parece, a humanidade é parte do problema, e nós estamos apenas despertando para esse fato. Esses desafios com que Gaia se defronta são explorados com a originalidade, o vigor intelectual e o rigor científico que trouxeram a James Lovelock tais louvores. Agora, neste livro, as suas idéias são acompanhadas de ilustrações, fotografias e gráficos informativos, o que lhe permite apresentar a anatomia e a fisiologia de Gaia, bem como as suas doenças, com grande beleza.Lovelock examina a evolução do planeta, a sua anatomia, bioquímica e fisiologia. Analisa os sintomas da superpopulação, desde o aquecimento global e a mudança do clima até o desmatamento.Este livro é uma aquisição essencial para qualquer pessoa preocupada com o bem-estar do planeta e com a vida que ele sustenta. Ele ganhou o reconhecimento de muitas instituições acadêmicas e é destacado nas listas de leitura da maior parte dos cursos de ciências ambientais e da Terra.

teoria gaia

A teoria Gaia foi proposta na década de 1970 pelo cientista inglês James Lovelock, a partir de estudos realizados no começo da década de 1960 para a NASA, com o objetivo de detectar vida em outros planetas, especialmente Marte. Em parceria com a filósofa Dian Hitchcock, Lovelock buscou elaborar experimentos para a detecção de vida que fossem suficientemente gerais, ou seja, independentes do tipo de vida particular que surgiu na Terra. Desse modo, poderiam ser aplicados para a busca de qualquer forma de vida, mesmo que fosse significativamente diferente daquela encontrada na Terra. Um dos testes elaborados por Lovelock e Hitchcock consistia em comparar a composição química da atmosfera de outros planetas, como Marte e Vênus, com a da atmosfera terrestre. A base teórica do teste era simples: se um planeta não apresentasse vida, a composição química da sua atmosfera seria determinada apenas por processos físicos e químicos e, desse modo, deveria estar próxima ao estado de equilíbrio químico. Em contraste, a atmosfera de um planeta com vida apresentaria uma espécie de "assinatura" química característica, uma combinação especial de gases que indicaria uma atmosfera em estado de constante desequilíbrio químico. Esta assinatura seria o resultado da presença de organismos vivos, que usariam a atmosfera (assim como os oceanos, os solos etc.) como fontes de matéria-prima e depósitos para resíduos de seu metabolismo.
Ao analisarem as composições químicas das atmosferas de Marte e Vênus, Lovelock e Hitchcock chegaram à conclusão de que nossos vizinhos no Sistema Solar não possuem vida, uma vez que suas atmosferas se encontram em um estado muito próximo ao equilíbrio químico, sendo dominadas por dióxido de carbono (acima de 95%) e apresentando pouco oxigênio e nitrogênio e nenhum metano. Comparando-se as atmosferas de Marte e Vênus com a da Terra, diferenças significativas são encontradas em suas composições químicas. Nitrogênio (78%) e oxigênio (21%) são os gases dominantes na atmosfera terrestre, enquanto o dióxido de carbono contribui com apenas 0,03% (embora a ação antrópica esteja atualmente acarretando um aumento desses níveis). Além disso, a atmosfera terrestre possui vários outros gases, todos altamente reativos. Esta situação de instabilidade ou desequilíbrio se mantém na atmosfera terrestre há um longo tempo, o que não deve ser esperado, caso a composição química atmosférica resulte somente da ação de mecanismos físicos e químicos. De fato, essa composição atmosférica reflete a dinâmica de trocas gasosas entre a atmosfera terrestre e os organismos vivos. Ou seja, o que leva a atmosfera terrestre a ter uma composição química singularmente diferente daquela de Marte ou Vênus é simplesmente o fato trivial de que a Terra possui vida. Se toda a vida fosse eliminada do planeta repentinamente, as moléculas dos gases atmosféricos reagiriam entre si, o que resultaria numa atmosfera com a composição química muito próxima à de Marte ou Vênus. A atmosfera da Terra é, portanto, um produto biológico, sendo constantemente construída e consumida pelos seres vivos.
A partir desses resultados e, também, de evidências de que a temperatura do planeta Terra não sofreu alterações significativas nos últimos 3.3 bilhões de anos, Lovelock propôs a teoria Gaia. Esta teoria propõe a existência de um sistema cibernético de controle, que compreenderia a biosfera, a hidrosfera, a atmosfera, os solos e parte da crosta terrestre, e teria a capacidade de manter propriedades do ambiente, como a composição química e a temperatura, em estados adequados para a vida. Após apresentar sua teoria à comunidade científica, pela primeira vez, na carta, "Gaia as Seen Through the Atmosphere" (1972), publicada no periódico Atmospheric Environment, Lovelock a desenvolveu em artigos publicados em colaboração com a microbiologista Lynn Margulis. Nesses artigos, Lovelock e Margulis propuseram a existência de uma rede complexa de alças de retroalimentação que, em sua visão, relacionariam intimamente seres vivos e ambiente físico-químico, resultando numa auto-regulação do sistema planetário. Por meio desses mecanismos de controle, os seres vivos seriam capazes de alterar o ambiente de modo a manter as condições físico-químicas adequados para eles próprios.
Uma crítica importante à teoria Gaia tem como alvo a afirmação de que a vida na Terra busca condições adequadas para si mesma. Esta afirmação não define de maneira clara quais seriam essas condições adequadas ou os benefícios para a biosfera como um todo. Afinal, o que é bom para uma espécie pode ser ruim para outra. Como organismos com interesses divergentes, e até conflitantes, podem agir em sinergia para a produção de condições ótimas para o conjunto total de seres vivos sobre a Terra? Não há uma condição ou um conjunto de condições que sejam adequadas para os seres vivos como um todo. Por exemplo, enquanto os organismos aeróbicos precisam de oxigênio atmosférico para sobreviver, os anaeróbicos estritos tem seu crescimento inibido por esse gás. Lovelock não foi capaz de responder a essas críticas. Entretanto, mais recentemente, respostas interessantes foram propostas por alguns autores. Por exemplo, Axel Kleidon propôs, em 2002, que é possível definir alguns objetivos muito gerais que corresponderiam a condições adequadas para toda a biota, como, por exemplo, os aumentos da produtividade primária bruta, da diversidade ou da entropia do ambiente circunvizinho. Estes não seriam, portanto, benefícios para uma espécie em particular, mas para a biosfera como um todo.

curriculum vitae de james ephraim lovelock

James Ephraim Lovelock nasceu em 26 de julho de 1919 em Letchworth Garden City, no Reino Unido. Graduou-se como um químico da Universidade de Manchester em 1941 e em 1948 recebeu um Ph.D. grau em medicina pela Escola de Higiene e Medicina Tropical. Em 1959 ele recebeu o doutorado graduação em Biofísica pela Universidade de Londres. Depois de se formar a partir de Manchester começou o emprego com o Conselho de Pesquisa Médica do Instituto Nacional de Pesquisa Médica de Londres.
Em l954, ele foi premiado com o Rockefeller Travelling Fellowship em Medicina e escolheu a gastá-lo na Universidade de Harvard Medical School, em Boston. Em 1958 ele visitou a Universidade de Yale, por um período similar. Ele se demitiu do Instituto Nacional de Londres em 1961 para ocupar um emprego em tempo integral como professor de Química na Universidade de Baylor College of Medicine em Houston, Texas, onde permaneceu até 1964. Durante a sua estada no Texas, ele colaborou com os colegas no Jet Propulsion Laboratory, em Pasadena, Califórnia, em Lunar e Planetário da Investigação.
Desde 1964 ele conduziu uma prática independente em ciência, embora continuando honorário associações acadêmicas como professor visitante, em primeiro lugar na Universidade de Houston, e depois na Universidade de Reading, no Reino Unido desde 1982, tem sido associada com o Marine Biological Association em Plymouth , primeiro como membro do conselho, e 1986-1990 como seu presidente.
James Lovelock é autor de mais de 200 trabalhos científicos, distribuídas quase igualmente entre os temas em Medicina, Biologia, Instrumento e Ciências Atmosféricas e Geophysiology. Aplicou-se para mais de 40 patentes, principalmente para os detectores para uso em análises químicas.
Um destes, o detector de captura de elétrons (ECD), foi importante no desenvolvimento da consciência ambiental. Ele confirmou que a distribuição ubíqua de resíduos de pesticidas e produtos químicos outro rolamento de halogéneo. Esta informação, juntamente com o livro seminal Rachel Carson, Silent Spring, é freqüentemente acusada de ter iniciado a consciência de perturbação ambiental. Mais tarde, o ECD permitiu a descoberta do PCB no ambiente natural. Mais recentemente foi responsável pela descoberta da distribuição global de óxido nitroso e dos clorofluorocarbonos, sendo que ambos são importantes na química estratosférica de ozônio. Alguns de seus inventos foram aprovadas pela NASA em seu programa de exploração planetária. Ele foi premiado pela NASA três certificados de reconhecimento para estes.
Ele é o criador da Hipótese Gaia (agora Teoria de Gaia) e escreveu três livros sobre o assunto: Gaia: um novo olhar sobre a vida na Terra (Oxford University Press, 1979), As Idades de Gaia (WW Norton, 1988); Gaia: a ciência prática da medicina planetária (Gaia Books, 1991), e uma autobiografia, Homenagem a Gaia (Oxford University Press, 2000). Seu último livro é A Vingança de Gaia (Allen Lane / Penguin, 2006).
Foi eleito Fellow da Royal Society em 1974 e em 1975 recebeu a Medalha Tswett para Cromatografia. Anteriormente, ele havia recebido uma CIBA Prémio Fundação para a investigação sobre o Envelhecimento. Em 1980 ele recebeu o prêmio da American Chemical Society's para Cromatografia e em 1986 a Medalha de Prata e Prêmio do Laboratório Marinho de Plymouth. Em 1988 ele foi o destinatário do Gerbier Norbert Prêmio da Organização Meteorológica Mundial, e em 1990 recebeu o primeiro Prémio de Amesterdão para o Meio Ambiente dos Países Baixos Royal Academy of Arts and Sciences. Em 1996 ele recebeu o Prêmio Volvo de Meio Ambiente e em 1997 o Prêmio Planeta Azul. Ele recebeu doutoramentos honoris causa em Ciências pela Universidade de East Anglia de 1982, da Universidade de Exeter 1988, Plymouth Politécnico (agora Universidade de Plymouth) 1988, Universidade de Estocolmo de 1991, da Universidade de Edimburgo de 1993, da Universidade de Kent 1996 e da Universidade de Colorado (Boulder em) 1997 . Foi feito a um CBE em 1990 e em 2003 um companheiro de Honra de Sua Majestade a Rainha.
GAIA: ALERTA FINAL

Energia eólica, biocombustíveis e outras tecnologias "verdes" parecem ser alguns dos melhores investimentos para minimizar as alterações climáticas e ajudar a deter o aquecimento global, certo? Não para um dos ambientalistas mais respeitados do mundo, James Lovelock.

Em seu livro "Gaia: Alerta Final" que algumas destas tecnologias não passam de "um elaborado enredo criado pelo interesse de algumas nações cujas economias se enriquecem a curto prazo pela venda de turbinas eólicas, usinas de biocombustível e outros equipamentos energéticos supostamente verdes".

O cientista defende apaixonadamente o uso de energia nuclear como melhor forma de geração de energia. Essa posição lhe custou o apoio de boa parte do movimento ambientalista - sobretudo do Greenpeace, alvo de duras críticas no livro. Para Lovelock, o uso dos reatores nucleares garantiria energia limpa e não colocaria em risco a segurança alimentar do planeta - como fariam as plantações para produção do etanol

De acordo com ele, existem muitas coisas que podemos fazer para amenizar os problemas causados pelas mudanças no clima --no entanto, ele acredita ser muito pouco provável que realmente as levemos a sério. "Não perceberemos, enquanto desfrutamos de nossas vidas cotidianas, que o custo de nossa negligência poderá em breve causar a maior tragédia já vista na história da humanidade", escreve logo no começo do primeiro capítulo da obra, "A Jornada no Espaço e no Tempo".

Outro objetivo da obra, claro, é listar novos argumentos em favor de sua principal teoria, lançada em 1979,

“O que mais me comoveu quando escrevia este livro é o pensamento de que nós, seres humanos, somos importantes em termos vitais como parte de Gaia, não através do que somos agora, mas pelo nosso potencial como espécie para sermos os progenitores de um animal muito melhor. Gostemos ou não, somos agora seu coração e mente; mas, para continuarmos a melhorar esse papel, teremos de garantir nossa sobrevivência como espécie civilizada e não retroceder a um aglomerado de tribos guerreiras, que foi um estágio de nossa história evolutiva.”
(Trecho do livro GAIA: ALERTA FINAL)

A VINGANÇA DE GAIA

A VINGANÇA DE GAIA

O título “A Vingança de Gaia” é bastante elucidativo sobre a tese defendida no livro: como todo organismo vivo agredido Gaia dará uma resposta ao seu agressor, podendo colocar a civilização humana em risco.

O livro faz uma crítica ao modelo de desenvolvimento adotado pela nossa sociedade e ao mesmo tempo a sua alternativa: o desenvolvimento sustentável.
Até certo ponto e de maneira pessimista, é defendida a idéia de que já ultrapassamos o limite do qual seria possível retroceder e impedir as catástrofes provocadas pelo aquecimento global. Mesmo medidas ambientalistas como a busca por fontes de energias renováveis são inofensivas, quando não agravam ainda mais o processo de aquecimento global.
O aquecimento global e todas as implicações advindas dessa provável nova configuração climática do planeta é o ponto central do livro, o qual faz críticas e traz pontos polêmicos sobre a geração de energia e certas “bandeiras” levantadas por ambientalistas.
“O que torna diferente este livro é que eu falo como um médico planetário cujo paciente, a Terra viva, se queixa de febre. Vejo o declínio da saúde da Terra como a nossa preocupação mais importante, nossas próprias vidas dependendo de uma Terra sadia (…) As perspectivas são sombrias, e, ainda que consigamos reagir com sucesso, passaremos por tempos difíceis. (…) O que está em risco é a civilização”.
(JAMES LOVELOCK)